Ligas esportivas veem ‘X’ como o ‘antro da pirataria’

Várias ligas e organizações de futebol de renome, incluindo a UEFA, a Premier League e a LaLiga, enviaram uma carta ao Twitter (agora chamado de X) exigindo que a plataforma leve a pirataria de transmissão ao vivo mais a sério. Com o apoio de emissoras, eles pedem recursos antipirataria mais avançados. A carta alega que a falta de fiscalização transformou o X em um ponto central para pirataria nas redes sociais.

Semelhante a outras plataformas de conteúdo gerado por usuários, o X permite que as pessoas compartilhem texto, imagens, música, vídeos e transmissões ao vivo livremente. Muitas vezes, esse conteúdo é compartilhado sem a devida permissão dos detentores dos direitos autorais.

Ao longo dos anos, o X tem sido acusado de facilitar violações de direitos autorais. Uma pesquisa do Escritório de Propriedade Intelectual da UE destacou a presença de discussões sobre pirataria na plataforma. Nos EUA, legisladores sugeriram que a pirataria poderia fazer parte do modelo de negócios da empresa.

No ano passado, essas reclamações culminaram em um processo judicial movido por grandes gravadoras musicais. Elas acusaram a X Corp de Elon Musk de permitir violações massivas de direitos autorais e exigiram danos que podem chegar a US$ 250 milhões. O processo ainda está em andamento.

Ação exigida pelas ligas esportivas e emissoras

Esta semana, a AP relatou que um grupo de ligas esportivas e emissoras enviou uma carta à CEO da X, Linda Yaccarino, pedindo que a plataforma abordasse a pirataria de transmissões ao vivo com mais rigor. A carta, assinada pela Premier League, LaLiga, Bundesliga, Serie A, UEFA, CONMEBOL, DAZN, Sky, beIN, DirecTV e Movistar Plus+, afirma que a X está falhando em suas ações de fiscalização.

O X é legalmente obrigado a processar notificações de remoção de DMCA. No entanto, desde que Elon Musk adquiriu a plataforma, houve uma diminuição no suporte técnico para detentores de direitos. A carta observa que “a abordagem do X para derrubar conteúdo ao vivo ilegal notificado é lamentavelmente insuficiente e inadequada”.

‘X: A casa da Pirataria nas Redes’

Embora todas as plataformas de mídia social enfrentem a pirataria, a carta argumenta que a resposta do X é particularmente insuficiente, permitindo que piratas usem a plataforma sem repercussões sérias. Segundo os detentores de direitos, o problema está piorando, com um aumento nas transmissões ao vivo pirateadas e uma diminuição nos esforços de moderação.

Os detentores de direitos autorais estão convocando uma reunião com o X para discutir esses assuntos, esperando que a plataforma leve a pirataria mais a sério e cumpra suas obrigações sob o Digital Services Act.

META e YouTube se saem melhor

Enquanto algumas plataformas, como META e YouTube, têm trabalhado com detentores de direitos para reduzir a disponibilidade de conteúdo pirateado ao vivo, o X é criticado por fazer pouco nesse sentido. Cameron Andrews, Diretor Jurídico da BeIN, afirmou que, durante o Euro 2024, a BeIN identificou 1.198 transmissões ilegais, com centenas de milhares de espectadores não autorizados.

A resposta do X a essas críticas ainda é incerta. A empresa não comentou oficialmente sobre o assunto, e Elon Musk também não se manifestou. Anteriormente, Musk expressou descontentamento com medidas amplas de remoção de conteúdo.

Tweet de Elon Musk em 2022

Em um tweet de 2022, Musk deixou claro que não é fã de medidas amplas de remoção, o que pode influenciar a resposta da plataforma às atuais exigências das ligas esportivas e emissoras.